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CONJUNTO HABITACIONAL PIA.05 S. MIGUEL
CONSTRUÇÃO, CONCURSO IHRU, BAIRRO S. MIGUEL, ALMADA
PREMISSA + NP + Sérgio Catumba
[2023]
Propõe-se a construção de um edifício de habitação coletiva atento à sua circunstância e ao contexto generalizado de procura de habitação a custos controlados de qualidade. São colocadas em foco as necessidades de muitas famílias e jovens que – face ao aumento exponencial de custos no mercado habitcional - não encontram correspondência adequada.
Neste sentido, a proposta procura formular tipologias e soluções que, além de adereçar devidamente o programa estipulado, permitem oferecer uma variedade de sistemas e espaços de vivência capazes de espelhar e acomodar a crescente multiplicidade de tipos de agregados familiares e modos de (co-) habitação. Adicionalmente, atende-se às dinâmicas de transformação nos mercados de trabalho e emprego, tendo nomeadamente em consideração a modalidade de teletrabalho a partir de casa, cada vez mais corrente nos dias de hoje.
A segunda grande premissa de projeto é a resposta à emergência climática e à criação de condições de integração sustentável no lugar em que se insere.
Neste sentido, torna-se imperativo pensar e propor soluções construtivas de reduzida pegada carbónica e sistemas técnicos mais eficientes, sustentáveis e económicos, seja no processo de produção, transporte e construção do edifício, como igualmente durante a vida e função úteis do mesmo. Pretende-se, em suma, dar resposta às prerrogativas ambientais, sem que com isso sejam feitas concessões à ótima relação qualidade/preço/durabilidade, adereçando simultaneamente exigentes requisitos estruturais e padrões de conforto térmico.
O terceiro ponto a relevar é a preponderância do edifício no prisma do tecido ur-bano em consolidação em que se insere. Este ponto reveste-se de um significado que ultrapassa uma mera resposta objetiva ao programa, tendo em conta que o local de implantação se considera um importante ponto de charneira, seja no diálogo com o futuro parque urbano a nascente, seja como transição e remate do corredor verde localizado a meia encosta. No que concerne a sua relação com os ei-xos a poente, deverá funcionar como remate e consolidação de uma malha urbana marcadamente residencial, operando como facilitador e exponenciador das relações entre a rua, a estrutura verde e a estrutura edificada.